Sem mercado formal no Brasil, empresas aéreas terão que comprar créditos de carbono a partir de 2027

da Agência iNFRA

Um acordo internacional – denominado Corsia (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation, na sigla em inglês), vai obrigar as empresas aéreas do Brasil a compensar todas as emissões de carbono a partir de 2027 com compra de créditos de carbono.

De acordo com Dany Oliveira, diretor-geral da Iata (International Air Transport Association) no Brasil, e Marcelo Pedroso, diretor-assistente da associação, o Corsia é uma das etapas para que, até 2050, toda a indústria de transporte aéreo seja feita sem emissões de carbono.

Um grande desafio, na visão deles, visto que são estimados 10 bilhões de passageiros transportados no mundo ao ano em 2050, cinco vezes mais que o número de 2021, emitindo 1,8 gigatons de CO2 na atmosfera, mantidos os padrões atuais.

Segundo Pedroso, são várias etapas até o net zero, mas dois terços do programa estão concentrados no chamado SAF (Sustainable Aviation Fuel), cujo desenvolvimento pretende fazer com que eles sejam completamente limpos no futuro. Mas, para isso, serão necessários os desenvolvimentos de novas tecnologias, ainda em estudo, para que as aeronaves se adaptem aos combustíveis que não emitem carbono.

Pedroso cita que um desses combustíveis que podem ser usados é o feito a partir de reciclagem de resíduos. Segundo o diretor, os estudos indicam que o Brasil poderia produzir nove bilhões de litros de SAF a partir dessa base, o que atenderia mais que a demanda nacional até a pandemia, que era de sete bilhões.

A associação não aposta que combustíveis como o elétrico (baterias) e o hidrogênio possam ser utilizados em aviões devido a dificuldades com sua armazenagem. Por isso, a aposta nos SAF.

Para o diretor da associação, a atual crise dos combustíveis provocada pela guerra na Ucrânia deverá reforçar não apenas a tendência pela busca de combustíveis que não sejam de origem fóssil, como também pode reforçar alguns tipos de combustíveis que já são produzidos pelo Brasil, como o biodiesel. Um grupo de trabalho já debate o tema no Programa Combustível do Futuro, dentro do governo.

“É uma oportunidade grande para acelar”, afirmou Pedroso.

Por outro lado, o diretor está preocupado com a falta de uma regulamentação sobre o mercado de carbono no Brasil, o que pode prejudicar a implementação do Corsia, que é uma das etapas da descarbonização do setor aéreo.

Segundo ele, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) já está trabalhando para que a Iata seja informada sobre o volume de emissões do setor anualmente. A agência, de acordo com Pedroso, trabalha ainda na regulamentação sobre como as emissões serão compensadas. 

É uma das etapas para que, até 2027, as empresas aéreas nacionais tenham que comprar os créditos para compensarem o que for emitido até que cheguem ao net zero.

Pelo projeto, as empresas não precisam comprar os créditos de carbono no seu próprio país. Mas terão que comprovar que os créditos são certificados, o que no Brasil ainda não existe pela falta de regulamentação desse setor.

“Seria perder uma grande oportunidade de estimular projetos sustentáveis aqui”, afirmou.

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