Quem é Tarcísio de Freitas, o novo ministro da Infraestrutura?

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, costuma falar com altivez sobre os processos que responde, que nas contas dele são mais de 20, desde que começou sua carreira como servidor público civil na área de infraestrutura no início dessa década.

“Quer processar? Processa. Mas eu nunca perdi nenhum”, costuma dizer o ex-oficial do exército e ex-controlador da União, que por concurso ingressou na Câmara em 2014 como consultor legislativo, e desde 2016 integra o PPI (Programa de Parceria de Investimentos).

O escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir a pasta que foi o ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil tem em seu currículo processos de todos os tipos por uma característica cada vez mais rara no serviço público: não tem medo de comprar brigas.

Nos últimos anos, não foram poucas. Indicado pelo ex-diretor da ANTT, Bernardo Figueiredo, para assumir a secretaria-executiva do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), no meio de uma crise de denúncia corrupção em 2011, Tarcísio teve que batalhar contra a máquina do próprio órgão, paralisada pelos escândalos, e também contra o sistema de controle que se voltou sobre o departamento de estradas.

Foi no DNIT que Freitas começou seus embates com o que deve ser seu principal alvo no cargo: a área ambiental. A visão dele é que o sistema de licenciamento está moldado não para proteger o meio ambiente, mas sim para criar dificuldades ao desenvolvimento.  Suas críticas aos órgãos de licenciamento se intensificaram após sua entrada no PPI, principalmente por causa dos problemas de autorização de órgãos ambientais nas áreas de petróleo e gás e energia.

A politização das agências reguladoras também deverá ser outra briga que o ministro deverá comprar. Tarcísio de Freitas chegou a ser cotado para assumir a diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no ano passado, mas acabou preterido pelo atual diretor, Mário Rodrigues, uma indicação do PR.

Os militares que começaram a desenhar o programa de governo de Bolsonaro fizeram consultas sobre como fazer alterações drásticas nas agências de transportes, inclusive com a fusão de suas funções, mas ainda não há uma decisão sobre o que será feito.

Tarcísio de Freitas tem formação militar e isso deverá dar ao ministério uma visão mais estratégica sobre sua atuação. No entanto, seus últimos anos à frente de cargos executivos deram a ele uma visão pragmática sobre o que deve ser feito para o país, pontos que foram levados ao presidente Bolsonaro para seu processo de escolha.

Dentro dessa visão, o mais provável é que o ministro tenha uma agenda inicial para destravar os investimentos em concessões que precisam ser renovadas ou refeitas, especialmente para o caso da renovação das concessões ferroviárias.

Já o caso das concessões de rodovias da 3ª Etapa, a visão do PPI era que o ideal seria fazer a relicitação de todas elas. O órgão não concordou com o modelo apresentado que previa dar um tempo maior para a execução das obras e acabou voto vencido nesse quesito.

Serão muitas as batalhas nos próximos meses e o governo de Bolsonaro ganhou, na área, um técnico que sabe quais escolher para lutar. Sem medo.

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