Leilão da Nova Ferroeste deve acontecer no último trimestre deste ano, prevê governo do Paraná

Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA

Com o fim das audiências públicas para tratar sobre o licenciamento ambiental da Nova Ferroeste, na semana passada, o coordenador do projeto, Luiz Fagundes, espera que o edital de concessão seja publicado na segunda quinzena de junho e fique disponível para contribuições por 100 dias. Com isso, a licitação deverá ocorrer no último trimestre, prevê o coordenador.

O objetivo do governo do Paraná era promover as audiências públicas em abril, mas elas precisaram ser adiadas em um mês, a pedido do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), segundo o coordenador.

Já o leilão, previsto para junho, deve ser realizado entre outubro e dezembro – já com a licença prévia do Ibama, espera Luiz Fagundes. “Acho que [o certame deve acontecer] no final de outubro, mas eu diria no quarto trimestre de 2022”, explicou Fagundes em entrevista para a Agência iNFRA.

No entanto, o coordenador acredita que só ocorrerão mais atrasos “se acontecer algum desastre”. “O mercado está recebendo muito bem o empreendimento. A gente vai ficar monitorando, se perceber que o ambiente de negócio está tão desfavorável para o investidor, aí a gente vai ser obrigado a segurar um pouquinho, mas até agora não teve nenhum sinal”, disse.

Projeto Ferroeste
A Nova Ferroeste prevê a ligação por trilhos de Paranaguá (PR) a Maracaju (MS), com um ramal entre Cascavel (PR) e Foz do Iguaçu (PR) que vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina.

No último dia 19, o governo do Paraná recebeu os primeiros resultados do estudo de viabilidade de mais um ramal, entre Cascavel e Chapecó (SC). O objetivo é incorporar esse trecho de 263 quilômetros ao projeto original. 

O investimento previsto para o ramal até Chapecó é de R$ 6,8 bilhões, somando ao valor estipulado em janeiro de 2021 para o projeto completo, o investimento total será em torno de R$ 35 bilhões. A exploração do ativo poderá ser feita por 70 anos, de acordo com a proposta.

No dia em que o estudo para integrar Chapecó foi recebido, representantes do setor produtivo do Rio Grande do Sul informaram a contratação de um estudo de demanda do traçado entre Passo Fundo (RS) e Chapecó, o que faria uma conexão com o novo trecho. O objetivo é melhorar o escoamento de carga entre Mato Grosso do Sul e o estado. 

Corredor logístico 
A principal meta do governo do Paraná é tornar o estado um hub logístico e o segundo maior corredor de cargas do país, atrás somente da ligação Malha Paulista-Porto de Santos (SP).

Os estudos de viabilidade do projeto da Ferroeste apontam que no primeiro ano de operação a movimentação pode chegar a 38 milhões de toneladas, e esse número deve aumentar, de acordo com Fagundes. A expectativa é que a ferrovia comece a ser construída 24 meses após o leilão e, de acordo com o cronograma, a conexão de Cascavel até o Porto de Paranaguá deve ser feita até 2030.

Cargas
No Mato Grosso do Sul há uma expectativa de crescimento da safra de grãos. “Hoje o Mato Grosso do Sul planta 3,6 milhões de hectares. Nós estamos prevendo, para os próximos 10 anos, atingir 5 milhões de hectares plantados”, comentou Lucio Lagemann, assessor de Logística da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul). 

Ele também afirmou à Agência iNFRA que o estado “vai crescer ainda mais com o advento da ferrovia” e alguns dos motivos seriam o investimento de mais de R$ 8 bilhões que a ferrovia vai injetar na região e a redução de custo logístico em até 30%, o que também resultaria na redução do custo de produção, segundo Lagemann.

Parte do escoamento dos grãos deve acontecer pelo Portoguara, um empreendimento privado que ainda está em fase de projeto e será complementar ao Porto de Paranaguá. Segundo Fagundes, em 2030 o terminal deve comportar a movimentação de 25 milhões de toneladas. 

Mas a previsão é que a parcela mais significativa de cargas seja destinada ao Porto de Paranaguá pelos três ramais que ligam o terminal portuário à ferrovia. A Portos do Paraná, que administra o ativo, prevê que até 2030 a capacidade do porto chegue a 80 milhões de toneladas.

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