iNFRADebate: No ambiente da pandemia, o “novo diferente”, será o grande diferencial para as empresas

Leticia Pineschi*

O ano de 2021 começou impondo um cenário duro para a sociedade. Entre velhos e novos padrões, as empresas criaram estratégias para tentar manter seu ritmo ou, pelo menos, permanecer ativas, apesar da pandemia da Covid-19. Esse esforço conjunto fez com o setor produtivo se renovasse com mais agilidade. Um dos pontos positivos desse processo foi o fortalecimento da agenda ambiental determinada pela “onda verde”, e a forma como lidamos com a sustentabilidade tomou uma dimensão ainda maior. O expoente da mudança é o ESG (Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se a Ambiental, Social e Governança).

O tema vem ganhando cada vez mais espaço em todos os setores e a maioria das empresas já entendeu que competitividade e sustentabilidade podem ser complementares. Podemos, sim, ser agressivos no mercado de negócios e proteger o meio ambiente, respeitar os clientes e investir nos colaboradores sem abrir mão dos bons resultados. E uma ação responsável diante do planeta precisa ter como foco o ser humano, principalmente diante de um panorama em que sociedades e economias ao redor do mundo foram severamente afetadas pela crise sanitária. Isso fez com que 30% dos investidores reconhecessem a importância da agenda ESG para uma recuperação gradual e equilibrada das atividades econômicas.

Mas qual o papel da ESG na agenda ambiental para o transporte rodoviário de passageiros? Do que trata esse tema? E como podemos trazer isso para os negócios?  No Brasil, o transporte de passageiros utilizando ônibus é naturalmente um exemplo de sustentabilidade, na medida em que fortalece a mobilidade urbana, estimulando o coletivo em vez do individual.

Falta agora que as empresas responsáveis pelo transporte de passageiros, um serviço essencial e de importância social, sejam assertivas no sentido de ressaltar seus pontos positivos em favor da sustentabilidade. Mas, como elas podem mostrar que já atuam com essa consciência, se isso não é revelado e algumas vezes nem sequer é percebido pela sociedade e pelos clientes? A palavra-chave para essa mudança é a comunicação, com clientes, colaboradores, parceiros e até governo. É preciso que as empresas não apenas sejam sustentáveis, mas “pareçam sustentáveis”, ou seja, que sejam reconhecidas como tal. 

Temos vários exemplos no setor. Há companhias que adotaram políticas internas de reaproveitamento da água utilizada na lavagem dos ônibus, possibilitando que a água usada seja encaminhada para um sistema de triagem, no qual é realizada a separação de água e óleo, e, em seguida, segue para filtros para a retirada das impurezas e do odor, retornando para o uso em novas lavagens. Outras, promovem ações com foco na preservação do meio ambiente como, por exemplo, a separação de resíduos em recipientes específicos e identificados com destinação final adequada/licenciada. E há ainda aquelas que, além da adesão ao programa socioambiental Despoluir, Programa Ambiental do Transporte iniciativa do SEST SENAT e da CNT, adotaram a energia limpa e acabaram se tornando grandes produtoras de energia solar. 

Além dos casos citados, vale lembrar e comunicar as práticas preventivas realizadas por muitas empresas regulares do setor rodoviário, como os treinamentos e os cuidados essenciais juntos aos motoristas, que, além de serem os responsáveis pelos ativos das empresas, zelam pela vida, bem-estar e segurança dos passageiros.

Governança Ambiental, Social e Corporativa é um processo constante e crescente, que deve fazer parte da “alma” das empresas, e aquelas que atuam com esses princípios saberão sempre entender os riscos do negócio como oportunidades de crescimento. No ambiente da pandemia, o “novo diferente”, será o grande diferencial.

*Letícia Pineschi é conselheira da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros).
O iNFRADebate é o espaço de artigos da Agência iNFRA com opiniões de seus atores que não refletem necessariamente o pensamento da Agência iNFRA, sendo de total responsabilidade do autor as informações, juízos de valor e conceitos descritos no texto.

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