Hyperloop quer usar Lei de Ferrovias e buscar parceiros para desenvolver tecnologia no Brasil

Tales Silveira, da Agência iNFRA

O diretor para América Latina da HyperloopTT (Hyperloop Transportation Technologies), Ricardo Penzin, afirmou que a empresa buscará empresas que pediram autorizações ferroviárias para licenciar a tecnologia para o transporte de cargas no Brasil. A possibilidade, segundo ele, veio com a liberação de empresas para realizar pedidos de construção de ferrovias por autorização, trazidas pela MP (Medida Provisória) 1.065 e pela Nova Lei das Ferrovias.

De acordo com o representante da companhia, a tecnologia que deve ser apresentada é o HyperPort, que se baseia em cápsulas de carga que flutuam dentro de uma rede de tubos de baixa pressão. O modal permite que as cápsulas se movam em alta velocidade, podendo atingir cerca de 1.200 quilômetros por hora devido à falta de atrito.

“Sem dúvida, essa possibilidade de autorizações abriu um espaço para apresentarmos a tecnologia que possibilita uma alta capacidade de transporte de carga em alta velocidade. O sistema possibilita também uma grande quantidade de movimentação de carga diária. O nosso foco é apresentar essa tecnologia a essas autorizadas”, disse.

Até o fim da validade da Medida Provisória 1.065, no início da semana passada, o Ministério da Infraestrutura havia recebido 79 pedidos de autorização para a implantação de mais de 20 mil quilômetros de vias férreas. Das empresas que solicitaram, a maior parte são companhias que não operam ferrovias atualmente (26 de 31 empresas solicitantes).

2.800 contêineres por dia
Segundo Penzin, as cápsulas do HyperPort poderão mover 2.800 contêineres por dia, sendo padrão ou high-cube de 20 pés, ou de 40 a 45 pés. Contudo, um dos pontos mais importantes é que o transporte também pode fazer uso do mesmo trajeto utilizado por ferrovias.

“O HyperPort pode usar o mesmo trajeto das ferrovias sem atrapalhá-las. O funcionamento é muito mais eficiente e com cápsulas sendo operadas por vários parceiros. Estamos fazendo um estudo para licenciá-lo com empresas interessadas. Queremos apresentar para esses potenciais operadores os números com a viabilidade técnica, financeira e ambiental desse sistema”, disse.

Identificação de fluxos
Os números a que Penzin se refere resultam de um estudo feito em parceria com o EGA Group, uma das maiores operadoras de cargas em logística portuária e em recintos alfandegados no Brasil. A ideia é realizar levantamentos prevendo identificação do fluxo de demanda das principais movimentações de carga no país, além de um estudo de viabilidade econômica para as linhas de operação que ligarão os portos, aeroportos, centros industriais e produtivos do território. 

O diretor da HyperloopTT afirmou que ainda não há um projeto definido para implementação do HyperPort. O objetivo da parceria com a EGA Group é buscar cenários e trajetos que possam ser viabilizados pela nova tecnologia.

“Estamos conversando com alguns operadores portuários e logísticos para ver o que faz mais sentido. Em alguns meses deveremos anunciar qual rota será estudada”, afirmou.

Passageiros no RS
Este é o segundo projeto da HyperloopTT no Brasil, que também possui um estudo de viabilidade para um transporte ultrarrápido de pessoas e cargas menores no Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o governo do estado. 

A ideia é que o Evtea (Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental) seja entregue ainda neste ano, segundo a empresa. Reportagem sobre o tema está neste link.

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