Receba Nosso Boletim Gratuito

Hidrovia Paraná-Tietê será fechada para poupar água de reservatórios, decide CMSE


Dimmi Amora e Leila Coimbra, da Agência iNFRA

A navegação pela hidrovia Paraná-Tietê deverá ser interrompida nas próximas semanas para que as usinas hidrelétricas da região possam poupar água diante da situação de emergência decidida nesta quinta-feira (27) em reunião CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico).

A decisão foi tomada diante da grave crise hídrica que o país passa e a ameaça real de colapso no sistema elétrico. A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) foi autorizada a tomar decisões sobre a vazão dos reservatórios da bacia do Paraná, a mais afetada pela seca, que na prática devem levar à inviabilidade da navegação.

“Tendo em vista os estudos apresentados pelo ONS, e com vistas a garantir a governabilidade das cascatas hidráulicas no país, o CMSE reconheceu a importância da implementação das flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes”, informou a nota do Ministério de Minas e Energia.

A Hidrovia Paraná-Tietê é parte de um sistema multimodal de transporte. Caminhões levam cargas até a cidade de São Simão (GO), e a carga, a maior parte agrícola e carga geral, é colocada em barcaças que descem os rios Paranaíba, Paraná e Tietê até a cidade de Pederneiras (SP). De lá são embarcadas em trens da MRS e seguem ao Porto de Santos (SP).

Em 2019, de acordo com dados da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), 5,5 milhões de toneladas de carga foram transportadas por essa hidrovia. Grãos e cereais representaram 3,5 milhões. São cargas de cidades do Mato Grosso e de Goiás que se utilizam dessa logística.

A hidrovia já transportou mais. Até o ano de 2014, quando uma crise hídrica reduziu o volume transportado de mais de 6,3 milhões para a casa dos 4,5 milhões. Na época a navegação foi praticamente interrompida por cerca de 18 meses.

Incerteza
De acordo com Edeon Vaz, do Movimento Pró-Logística do Mato Grosso, a incerteza sobre se vai haver ou não água na hidrovia tem espantado investidores. Cargas de celulose que usavam esse caminho deixaram de usar por causa da incerteza.

Ele afirmou que a solução para evitar que a necessidade de geração de energia impacte a navegação é a conclusão do derrocamento do chamado pedral de Nova Avanhandava, obra que segue planejada mas não realizada há mais de uma década. Se a obra for feita, a hidrovia torna-se navegável mesmo com grandes restrições hidrológicas.

Diferentemente do que ocorreu em 2014, no entanto, dessa vez haverá uma opção logística para substituir o transporte da hidrovia pelo caminhão. É a ferrovia. A Ferrovia Norte-Sul, da Rumo, já está operando entre São Simão e o Porto de Santos, podendo receber parte das cargas que teriam que ir de caminhão.

“Mas o agronegócio perde uma opção. É uma pena. Mas no momento, entre escolher a navegação e a energia, vai ter que se escolher a energia”, disse Vaz.

Tags:

Notícias Relacionadas
Compartilhe essa Notícia
Facebook
Twitter
LinkedIn

Inscreva-se para receber o boletim semanal gratuito!

Assine nosso Boletim diário gratuito

e receba as informações mais importantes sobre infraestrutura no Brasil

Cancele a qualquer momento!

Solicite sua demonstração do produto Boletins e Alertas

Solicite sua demonstração do produto Fornecimento de Conteúdo

Solicite sua demonstração do produto Publicidade e Branded Content

Solicite sua demonstração do produto Realização e Cobertura de Eventos