Governo negocia com bancos multilaterais alívio nas dívidas de estados e municípios

Tales Silveira, da Agência iNFRA

O governo fechará com bancos multilaterais e de desenvolvimento uma proposta de suspensão do pagamento dos financiamentos obtidos por estados e municípios. Segundo apuração feita pela Agência iNFRA, o acordo, que vem sendo conduzido pelo Ministério da Economia, já está em fase avançada e deverá sair nos próximos dias.

A proposta terá como molde as medidas implementadas pelo BNDES – conhecida como “standstill” – de suspensão, por até seis meses, de amortizações de empréstimos feitos por empresas afetadas pela crise.

Contudo, desta vez, o plano seria desenhado com os bancos multilaterais e de desenvolvimento – Banco Mundial, IDB (Banco Interamericano de Desenvolvimento), CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), entre outros. Em âmbito nacional, os principais clientes desses bancos são os estados e municípios, com financiamentos para obras de infraestrutura, especialmente.

Os empréstimos, cujas parcelas de amortização poderão ser suspensas, são os de financiamento para programas de saneamento, recursos hídricos, desenvolvimento econômico regional etc.

Tanto o Ministério da Economia como o Ministério da Infraestrutura concordaram que os bancos multilaterais têm condições de oferecer a suspensão de pagamentos. Ao longo da última semana, conversas foram feitas entre bancos, associações e representantes do Planalto que sinalizaram que o governo trabalharia nesse sentido.

A medida vai se somar ao plano de ajuda de R$ 77,4 bilhões a estados e municípios apresentado no dia 14 de abril pela equipe econômica do Executivo. Nela, o governo suspende R$ 22,6 bilhões em dívidas com a União, além de sustar dívidas dos estados e municípios com a Caixa e com BNDES, que totalizam R$ 14,8 bilhões.

Nesta nova proposta, a solução semelhante será dada aos estados na dívida com bancos multilaterais e de desenvolvimento.

Carta
Associações ligadas ao setor de infraestrutura concordam com a possível medida. Inclusive já fizeram pedidos para que o plano seja apresentado o mais rápido possível.

Na semana passada, a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base) enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, sugerindo que o governo construa logo o acordo para que os bancos multilaterais suspendam os pagamentos das parcelas por seis meses.

“Seria desapontador caso os bancos multilaterais não pudessem oferecer esse standstill. Os bancos multilaterais foram criados para apoiar os estados nacionais e subnacionais. Esse é um momento de emergência, como nunca enfrentamos, e creio que essa proposta faz sentido”, afirmou o presidente-executivo da Abdib, Venilton Tadini.

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