Governo ainda não definiu se determinará que VLI revitalize trechos devolvidos da FCA

ANTT abre consulta pública para discutir novo regulamento de obras em concessões rodoviárias

Tales Silveira, da Agência iNFRA

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) afirmou, na última quinta-feira (4), que ainda não definiu se determinará que a VLI, concessionária da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), revitalize os trechos que serão devolvidos ao governo.
 
A afirmação foi feita durante a sessão telepresencial da Audiência Pública 12/2020 da ANTT, que discute a renovação da concessão. De acordo com a agência, ainda será definido se as devoluções serão entregues ao poder público revitalizadas ou se haverá um valor a ser incluído no âmbito dos passivos da companhia e somados à indenização. Ainda segundo o órgão, nos custos de indenização foram previstos a valoração para recuperação desses trechos do modo que a concessionária o recebeu.
 
Os pedidos de entrega da malha revitalizada já haviam sido feitos na última sessão da audiência pública, realizada no dia anterior. Durante a audiência desta quinta-feira, os pedidos continuaram.
 
Entre os novos pedidos está o do diretor do Núcleo de Infraestrutura e Logística da FDC (Fundação Dom Cabral), Paulo Tarso Vilela. Segundo ele, é crucial que a malha mineira seja entregue revitalizada. Isso porque a fundação é uma das responsáveis pela elaboração do PEF (Plano Estratégico Ferroviário) no estado que já mapeou todo o potencial de escoamento por ferrovias, de granéis agrícolas, minerais e carga geral, em Minas Gerais.
 
“A malha atual da FCA é imprescindível para que nós tenhamos uma maior participação de outras cargas. Destaco o granel agrícola, principalmente no Noroeste de Minas, Sudoeste da Bahia e Centro-Oeste de Goiás. É uma região que pode se transformar em uma grande fronteira agrícola. Cargas gerais e combustíveis poderiam ainda transformar Minas. Toda e qualquer negociação feita entre o governo e a VLI deve trazer recursos para o Estado. Temos muita escassez de recursos e precisamos deles”, disse.
 
A frase de Vilela vai ao encontro da do consultor especialista do Coinfra-Fins (Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo), Acácio Romeu Rodrigues. Ele defende que é importante que, além da entrega e revitalização dos trechos devolvidos, os valores de outorga devem ser investidos na captação em função da eventual revisão do estudo de demanda.
 
“Além da revitalização da malha, o Coinfra defende que a renovação da concessão da FCA deve trazer como contrapartida a aplicação dos recursos da outorga na capacitação da malha ferroviária do corredor Centro-Leste e do Arco-Leste, tornando ainda mais competitiva a saída de exportação e importação para o país. Também é preciso considerar, como no processo de concessão da Codesa, os novos investimentos portuários privados em implantação. Por isso, é preciso reanalisar a capacidade ferroviária em função da eventual revisão de demanda”, falou.
 
Benefícios da renovação
Durante a sessão pública quase todas as manifestações foram em favor da renovação da concessão. Contudo o presidente da CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral), Antônio Carlos Tramm, foi um dos únicos que questionaram a validade do processo de renovação. Para ele, a VLI trouxe prejuízos para a mineração no estado da Bahia.  
 
“Precisamos saber nesses anos todos o que ela contribuiu para o desenvolvimento do país. No caso da Bahia, por exemplo, nós temos o Porto de Aratu. O terminal que tinha lá a empresa desmobilizou levando até os trilhos. Tentamos a reativação para possibilitar a exploração de minério de ferro. Nunca saímos da discussão. Precisamos estudar a contribuição que a VLI deu ao desenvolvimento.”
 
Segundo ele, não é possível transportar minério de ferro e cobre sem ser por trem e, por isso, há necessidade em dinamizar esse sistema.

“Foram diversos depoimentos falando das contribuições para o desenvolvimento social. Isso é ótimo. Mas precisamos saber o que ela contribuiu para o desenvolvimento econômico, por exemplo, da Bahia, onde sua grande malha está”, questionou.
 
Sobre o assunto, a ANTT afirmou que vem se empenhando junto com o estado da Bahia para o desenvolvimento de minério de ferro na região. Como argumento, ressaltou a publicação do edital da subconcessão da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) I e o direcionamento de recursos da prorrogação antecipada da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas) para o desenvolvimento da malha da Fiol II.  
 
Sobre os questionamentos a respeito das vantagens da prorrogação antecipada, em comparação com a alternativa de concessão separada do corredor baiano, o órgão informou que consolidará um relatório que levará em conta as contribuições da audiência ao conjunto de investimentos para conflitos urbanos e para a política pública. Caso seja atestada as vantagens, o processo seguirá normalmente.

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