Fundo privado quer financiar concessionárias para reduzir consumo de energia e água

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

Um fundo com recursos para financiar investimentos que possam reduzir o consumo de água e energia de indústrias e concessionárias do setor de infraestrutura. É o que o Integral Group, gestora de fundos, lançou para ampliar a capacidade das empresas em vários setores de ampliarem a eficiência.

Igino Zucchi de Mattos, head de Infraestrutura do Integral Group, que administra uma carteira de quase R$ 10 bilhões em vários tipos de investimentos, disse que o Fundo Integral Eficiência ESG vai começar com R$ 100 milhões, tendo carência de 12 meses e cinco anos para pagar os financiamentos.

A aposta é que empresas possam usar os recursos para financiar projetos de médio porte que ajudem a reduzir suas despesas operacionais nessas áreas e, ao mesmo tempo, as apoiem para alcançar suas metas de ESG previstas. Mattos vê potenciais em várias áreas de concessões, como por exemplo mais uso de placas solares por concessionários de telecomunicações ou de redução do consumo de água por aeroportos.

Outra característica é que o fundo tem parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que, segundo Mattos, já trabalhava na formatação de um instrumento para apoiar empresas que quisessem fazer investimentos para reduzir o consumo. De acordo com o executivo, o banco vai ter instrumentos de seguros que fazem a cobertura para o caso de metas que forem indicadas no financiamento não sejam totalmente alcançadas pelos tomadores.

Mattos fez parte da equipe inicial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), em 2016, e chegou à Integral para estruturar uma área de infraestrutura. O fundo, segundo ele, é uma forma de colocar mais um pé no setor, onde a instituição está se preparando para grandes investimentos nos próximos anos. O executivo afirmou que, no momento, o Integral definiu alguns setores para olhar e está focado em projetos que não sejam muito grandes.

Entre eles, há rodovias estaduais, terminais portuários e algumas das autoridades portuárias que o governo federal está lançando para desestatização. Na área de energia, térmicas e geração distribuída também estão no foco; na infraestrutura urbana, as áreas de biogás e iluminação pública estão no radar para financiamento.

“Nossa cabeça está em pegar esse movimento ascendente da infraestrutura”, afirmou Mattos.

Mudou de patamar
Mattos diz que a infraestrutura do país hoje “mudou de patamar” e atribui isso à reorganização que o PPI fez no sistema de infraestrutura e o direcionamento dado para que o setor privado possa gerir e financiar os grandes investimentos necessários.

“A agenda de investimentos privados que vem aí é brutal. O transporte, que estava limitado a poucos investimentos, agora tem uma agenda gigante, inclusive com ferrovias, onde os investimentos pareciam impossíveis”, disse o executivo, defendendo que o projeto de debêntures de infraestrutura seja aprovado para ampliar as possibilidades de financiamento do setor.

Custo Brasil
Ele também afirmou que mudanças regulatórias que estão em andamento, como as autorizações ferroviárias e o BR do Mar, poderão criar uma nova dimensão para os investimentos, se aprovadas, além dos programas de concessões rodoviárias e de autoridades portuárias.

“Hoje ainda não é perceptível. Mas o que está sendo feito vai mudar muito o Custo Brasil nos próximos cinco anos”, acredita o gestor. 

Gargalos
O executivo aponta no entanto que há ainda alguns gargalos que, se tiverem uma solução, poderão levar o país a um patamar ainda mais alto em termos de investimentos em infraestrutura. O maior deles seria acabar com as interferências na gestão de garantias de PPPs (parcerias público-privadas).

Para ele, a falta de segurança de que fundos garantidores vão efetivamente funcionar e não sofrerão interferências ao longo dos anos de contrato com trocas dos governos locais faz com que esse modelo de parceria seja subutilizado no país, dificultando uma maior entrada do setor privado no mercado.

Outro gargalo seria melhorar a qualidade dos trabalhados dos gestores públicos de estados e municípios na estruturação dos projetos do setor. Ele sugere que, especialmente na área de saneamento, haja um modelo estrutural, com uma especie de tool kit, para apoiar as cidades a fazerem projetos na área.

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