Free flow: Estudo indica necessidade de desconto tarifário no pagamento automático para reduzir inadimplência

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

Um incentivo tarifário na casa dos 17,5% a 20% terá que ser dado para os usuários que adotarem métodos de pagamento automáticos em seus veículos nas rodovias que se utilizarem do modelo de pedágio sem cobrança em praças, o chamado free flow.

É o que indica estudo encomendado pela Abepam (Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade) sobre incentivos que devem ser adotados pelos governos para que seja possível implementar essa forma de cobrança nas concessões rodoviárias. O trabalho foi desenvolvido pela consultoria Una Partners.

“Deve haver foco na criação de incentivos, tanto comportamentais, quanto financeiros, com o intuito de direcionar os usuários a adotar os meios de pagamento menos custosos, com menor inadimplência e evasão e com maior eficiência de identificação, levando os usuários a preferir as tags ao autopagamento”, diz trecho do trabalho.

O Ministério da Infraestrutura está trabalhando num modelo para regulamentar uma forma de pagamento para os usuários que não tenham qualquer tipo de identificação prévia, criando a possibilidade de pagamento online após o uso da rodovia. A ideia é ampliar o modelo de pagamento sem cancela para todo o sistema, começando pelas novas concessões.

Esse é um modelo que existe no mundo todo, e, também em todos os países, o indicativo é que ele amplia a inadimplência. Conforme o estudo mostra, em praticamente todos os lugares que se utilizam do modelo de pedágio sem cancela, são dados incentivos para que os usuários da via tenham métodos de pagamento automáticos.

“Em algumas rodovias estrangeiras, pagar a tarifa de pedágio após a viagem pode significar aumento de mais de 100% em relação ao preço cobrado na modalidade automática”, informa o texto.

Nível adequado
O estudo utiliza métodos para investigar, a partir da premissa de um dos projetos que foi licitado no Brasil com previsão de free flow, o da Ligação Rio-São Paulo (BR-116/RJ-SP), qual seria o nível adequado de desconto que reduziria a inadimplência estimada, sem afetar a rentabilidade do projeto. 

Também adota como premissa a inadimplência média que existe nas rodovias chilenas. E conclui que os números de inadimplência caem na medida em que o desconto tarifário de 17,5% a 20% é dado aos usuários (a depender do nível inicial de inadimplência).

“A lógica é que o desconto provocaria uma migração de usuários de métodos menos desejados (pagamento ex post) para os meios ideais, auxiliando na resolução de um dos principais problemas do free flow que é o risco de aumento da inadimplência. Por um lado, o valor das tarifas de parte dos usuários passa a ser menor devido ao desconto e à diferenciação tarifária, por outro a arrecadação sobe devido à queda da inadimplência”, explica o trabalho assinado por Daniel Keller, sócio da consultoria.

Incentivos comportamentais
O trabalho indica que o “método ideal é utilizar tags, físicas e/ou virtuais, para identificar e pagar as tarifas automaticamente” e que deve “haver foco na criação de incentivos, tanto comportamentais, quanto financeiros, com o intuito de direcionar os usuários a adotar tais meios de pagamento menos custosos, com menor inadimplência e evasão e com maior eficiência de identificação”.

Além dos incentivos financeiros também será necessário trabalhar em incentivos comportamentais junto aos usuários das rodovias, como planos diferenciados, cashbacks e comunicação, por exemplo, informa o trabalho.

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