Estudo da Fiol prevê queda de carga a partir da metade do período da concessão

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O estudo de viabilidade da Fiol (Ferrovia Oeste-Leste), entre Ilhéus e Caetité (BA), prevê que a quantidade de carga transportada pela via vai começar a cair a partir de 2038, 15 anos após o início da concessão, e terminará em quantidade 30% abaixo do valor máximo transportado.

Os dados estão no levantamento colocado em audiência pública pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) na semana passada. Eles foram produzidos pela Bahiainvest, estatal estadual, que se baseou nos documentos do EVTEA aprovado para a construção da obra pela Valec.

As sessões presenciais foram marcadas para 21 de setembro em Ilhéus e 25 de setembro em Brasília. As contribuições podem ser enviadas até 15 de outubro.

A concessão é por 33 anos. Vence quem oferecer o lance com maior valor de outorga, com o mínimo de R$ 157 milhões. O projeto traz uma descrição detalhada do estado das obras até o momento, que tem cerca de 52% de avanço na construção.

O concessionário terá um ano para reclamar de defeitos e terá até 2023 para concluir as obras remanescentes e iniciar a operação. O custo de investimento é estimado em R$ 3 bilhões.

A demanda para a ferrovia é garantida pelo minério de quatro empresas da região de Caetité, a principal delas a Bamin, em Caetité. O valor pico de transporte chega a 37 milhões de toneladas para 2038. Para 2053, a demanda cai para 20 milhões.

Os granéis agrícolas correspondem a cerca de 10% da demanda estimada, que vem toda de Barreiras (BA), cidade onde o projeto original da ferrovia terminaria.

A via foi estudada com velocidades médias entre 34 km/h e 57 km/h e a demanda estimada máxima poderá ser alcançada com sete pares de trem dia. A tabela com o custo de frete é calculada em R$ 28,50 por mil toneladas úteis.

Chineses

Apesar dos estudos indicarem que o projeto terá dificuldade para obter carga, há confiança de integrantes do governo de que a ferrovia será concedida para empresas chinesas que já estiveram no Brasil para garantir a participação no projeto.

Duas empresas, a Crec (China Railway Engenering Construction) e a CCCC (China Comunications Construction Company), já estiveram no país garantindo interesse no projeto, que consiste também na construção de um TUP (Terminal de Uso Privado) em Ilhéus (BA) e até na administração da mina da Bamin em Caetité.

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