Estimativa de empréstimo para as distribuidoras de energia dobra em duas semanas e vai a R$ 9 bi

Leila Coimbra, da Agência iNFRA

Cálculos preliminares da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), do valor do empréstimo para custear o déficit das distribuidoras de energia com a crise hídrica, deve subir dos R$ 4,5 bilhões previstos há duas semanas para cerca de R$ 8,9 bilhões.
 
O valor aumentou após a decisão do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), no dia 12 de janeiro, que levou em consideração um cenário de chuvas mais próximo ao de 2018, em vez do de 2009 – mais volumosas que as do cenário anterior. 

Mas o comitê também determinou manter em até 15.000 MWmédios a geração termelétrica das usinas despachadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), mesmo com o maior volume de precipitações, para preservar os reservatórios das hidrelétricas.
 
O CMSE limitou o despacho a usinas com o CVU (Custo Variável Unitário) de até R$ 1.000/MWh (megawatt-hora), mas há previsão, porém, de uso de usinas de CVU de até R$ 1.500/MWh em “situações excepcionais devidamente justificadas”, um valor considerado alto.

Dessa forma, o saldo negativo da Conta Bandeiras Tarifárias, que estava projetado em apenas R$ 600 milhões em abril de 2022, pode ter um salto para um déficit de R$ 4,8 bilhões.
 
Uma reunião técnica com os novos dados foi realizada nesta quarta-feira (26) com o diretor relator do empréstimo na ANEEL, Efrain Cruz. O relator apresentará o voto com a proposta de segundo cenário em seu voto onde o passivo das bandeiras tarifárias ficaria em R$ 4,2 bilhões, apurou a Agência iNFRA. O relatório seria então aberto à consulta pública, podendo mudar novamente.
 
Bônus
Em relação aos custos com o bônus do Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo, as distribuidoras terão direito ao ressarcimento de R$ 1,7 bilhão, apesar do governo anunciar que o valor total pago a quem economizou será de R$ 2,4 bilhões. Isso porque a diferença de R$ 700 milhões se refere ao mercado livre.
 
Os diferimentos a serem cobertos a cada distribuidora, somados, ficarão na faixa de R$ 1,6 bilhão, valor não muito diferente dos R$ 1,5 bilhão estimados anteriormente. Esse passivo já chegou a ser projetado em R$ 2,85 bilhões.
 
Assim que foi autorizado pela edição da Medida Provisória 1.078/21, em 13 de dezembro, o empréstimo estava próximo dos R$ 15 bilhões, segundo cálculos da época.
 
Custos das distribuidoras atualizados:
Saldo conta bandeiras (abril 22) – R$ 4,8 bilhões
Importação (Jul/ago 21) – R$ 800 milhões
Diferimento (março 22) – R$ 1,6 bilhão
Bônus consumidores – R$ 1,7 bilhão
= R$ 8,9 bilhões
 
Custos anteriores:
Saldo conta bandeiras (abril 22) – R$ 600 milhões
Importação (Jul/ago 21) – R$ 786 milhões
Diferimento (março 22) – R$ 1,5 bilhão
Bônus consumidores – R$ 1,6 bilhão
= R$ 4,486 bilhões

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