EPCistas são o maior desafio dos leilões de transmissão

Roberto Rockmann*

Os próximos leilões de transmissão, com previsão de investimentos de R$ 56 bilhões nos próximos três certames previstos para serem realizados entre junho deste ano e de 2024, trarão desafios para as transmissoras, como capital, mão de obra e EPCistas (empreiteiras que entregam a obra pronta), disse o diretor de Relações de Investidores da Alupar, José Luiz de Godoy Pereira, em teleconferência nesta quinta-feira (11).

Na avaliação dele, o maior desafio se refere aos EPCistas, uma cadeia que tem sofrido, primeiro com a Operação Lava Jato, depois com a pandemia. “Umas não sobreviveram, outras enfrentam dificuldades financeiras desde a Covid-19. É um desafio maior que capital”, disse o executivo.

Nesta semana, o diretor-presidente da Melhores Rodovias – ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), Marco Aurélio Barcelos, apontou o mesmo desafio para o setor de construção rodoviária, que tem um elevado volume de investimentos contratados, públicos e privados, a entregar neste ano, algo entre R$ 30 e 40 bilhões.

Em relação a capital para os investimentos, o cenário mudou no Brasil e no exterior. No cenário doméstico, a Selic em 13,75% ao ano se combina à cautela dos bancos depois da recuperação judicial das Lojas Americanas. No cenário internacional, as taxas de juros seguem em alta nos países desenvolvidos. “O capital está mais escasso e será um desafio maior que dos últimos cinco anos”, avaliou.

Na transmissão, a disputa nos leilões deve ser acirrada e privilegiar grandes grupos, mas ágios elevados são incerteza diante de um cenário que combina diversas pressões na cadeia. Com a previsão de investimentos de R$ 56 bilhões nos próximos 12 meses, muitos grupos estão se movimentando.

*Roberto Rockmann é escritor e jornalista. Coautor do livro “Curto-Circuito, quando o Brasil quase ficou às escuras” e produtor do podcast quinzenal “Giro Energia” sobre o setor elétrico. Organizou em 2018 o livro de 20 anos do mercado livre de energia elétrica, editado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), além de vários outros livros e trabalhos premiados.

As opiniões dos autores não refletem necessariamente o pensamento da Agência iNFRA, sendo de total responsabilidade do autor as informações, juízos de valor e conceitos descritos no texto.

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