CSN investe em energia para reduzir o peso dos encargos

Roberto Rockmann, colunista da Agência iNFRA

A disparada dos encargos e a redução da volatilidade dos preços da energia elétrica foram duas variáveis determinantes para a siderúrgica CSN adquirir os ativos da CEEE-G, licitados sexta-feira passada. Detalhes apresentados nesta quarta-feira (3) na teleconferência da companhia indicam como as disfuncionalidades do setor têm levado ao caminho da autoprodução e, nesse caso, da autossuficiência de energia elétrica.

Espera-se uma redução de 60% do custo de energia, com recuo de 37% em encargos. Quem gera sua própria energia abate alguns encargos e contam com desconto no uso do fio, como o benefício de desconto de 50%. Ainda abre a perspectiva de a siderúrgica abrir capital da unidade de energia futuramente, em um IPO, uma forma de remunerar a atividade.

“Essa estratégia reduz a volatilidade em relação à energia, por exemplo dos encargos setoriais, que subiram muito ano passado com o despacho das térmicas”, disse o diretor financeiro, Marcelo Cunha. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou um orçamento de R$ 32,1 bilhões de reais em 2022 para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).

Criada originalmente em 2002 para promover o desenvolvimento de fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral nacional nas áreas atendidas pelos sistemas interligados, a CDE passou a incorporar vários objetivos.

O principal aumento veio da CCC, que cobre custos associados à geração termelétrica nos sistemas isolados, não conectados ao SIN (Sistema Interligado Nacional). O orçamento da CCC subiu 41,1% ante 2021, para R$ 11,96 bilhões de reais.

Com a aquisição, a siderúrgica se tornará autossuficiente em energia e prevê uma economia anual de R$ 334 milhões em sua geração de caixa a partir de 2023. As aquisições permitirão a holding ampliar sua capacidade em mineração e cimento sem elevar a conta de luz.

No primeiro semestre, a empresa tinha adquirido duas PCHs, Sacre e Santa Ana, com capacidade instalada somada de 36 MW. Em julho, comprou a UHE Quebra Queixo, com 1.290 MW. Semana passada, adquiriu em leilão, em disputa com a Auren, os ativos da CEEE-G, com garantia física para a siderúrgica de 400 MWm médios e ainda projetos eólicos que poderão ser tirados do papel.

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