Vencedor do leilão de Angra 3 será quem oferecer menor fatia na empresa para o término as obras

 

Leila Coimbra, da Agência iNFRA

Uma das possibilidades de leilão para a entrada de um sócio em Angra 3 prevê que o ganhador seria o investidor que oferecer a menor participação societária para terminar as obras, diante de um teto de 49% no capital da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. A informação foi dada pelo presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior.

A usina tem atualmente 63% das obras civis concluídas. Para finalizar os 37% restantes ainda seriam necessários R$ 14 bilhões em valores atuais. Segundo Ferreira Jr, no entanto, esse tipo de licitação é apenas uma possibilidade levantada pelo GT (grupo de trabalho) do Ministério de Minas e Energia, que estudou as modelagens possíveis para a conclusão de Angra 3, e o início das suas operações, previstas para 2024.

Decisão será do CCPI e edital sai ano que vem
“A modelagem final é um trabalho que ainda será feito pelo CPPI [Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos]. No trabalho que foi apresentado no CNPE [Conselho Nacional de Política Energética], se verificou que tinham algumas otimizações a se fazer, e que deveria haver um aprofundamento do modelo. A ideia é que a gente aprofunde nos próximos dois meses, para lançar o edital no ano que vem”, disse Ferreira Jr. após evento de assinatura do contrato de concessão da distribuidora de energia Cepisa, no Ministério de Minas e Energia.

Cinco interessados internacionais
Uma medida efetiva apresentada pelo grupo de trabalho ao CNPE foi o aumento da tarifa de Angra 3 de R$ 240 o MWh para R$ 480 o MWh. “Com essa tarifa mais alta podemos criar o edital para atrair sócios. Nós já tivemos reunião com cinco empreendedores internacionais especializados nisso. Que há interesse, não resta dúvida”, disse o presidente da Eletrobras, sem citar quais seriam os interessados.

Sabe-se que a Eletrobras assinou memorandos de entendimento com as empresas CNNC (China National Nuclear Corporation) e a Rosatom, da Rússia. Além disso, a francesa EDF e a japonesa Mitsubishi também tiveram conversas com representantes do governo e da Eletrobras sobre investimentos na área de energia nuclear no Brasil.

Dívida com BNDES e Caixa
Existe uma dívida da Eletronuclear de construção de Angra 3 junto à Caixa e o BNDES, de mais de R$ 6 bilhões. Com a nova tarifa, que está no patamar médio internacional, o objetivo é renegociar esse débito e ainda fazer novos empréstimos para terminar as obras.

“Antes não havia a possibilidade de a Eletrobras colocar dinheiro ou chamar um parceiro para isso. Com essa tarifa a R$ 480 [o MWh] você tem a perspectiva de que algum sócio que aporte recursos, e existe a perspectiva de retorno. E do outro lado passa a existir a possibilidade de financiamento, porque não é só capital próprio que é preciso para concluir a usina”, disse o presidente da Eletrobras.

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