iNFRADebate: Pedágio do Paraná – o que o novo modelo de concessão pode oferecer ao TRC?

Eduardo Ghelere*

As concessões das rodovias paranaenses é um tema que vem sendo muito discutido nos últimos meses, dividindo opiniões sobre a questão. O novo modelo foi apresentado extraoficialmente no mês de agosto e promete diminuir os valores das tarifas de pedágio, além de apresentar algumas mudanças no formato de disputa pelos lotes. Ao meu ver, essa é uma oportunidade de esperança para o setor de TRC (transporte rodoviário de cargas), considerando que os projetos prometem uma série de obras e melhorias. 

Nós, que atuamos no modal rodoviário, notamos claramente a defasagem de infraestrutura nas vias ao sul do país. Pesquisando sobre esta questão, encontrei uma pesquisa realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em 2019, a 23º Pesquisa CNT de Rodovias. Segundo o estudo,  52,2% da malha rodoviária do estado do Paraná apresentam algum tipo de deficiência, sendo classificadas como regulares, ruins ou péssimas. 

Acho importante ressaltar que o estudo considera as condições do pavimento, da sinalização e da geometria das vias. Ainda de acordo com a Confederação, as inadequações do pavimento na região Sul do Brasil abarcam na elevação do custo operacional do transporte, em torno de 28,6%. 

Exatamente por este motivo, precisamos de uma concessão das rodovias, para que as obras de infraestrutura sejam feitas. Afinal, emplacamos milhares de veículos todos os anos e a estrutura precisa aumentar, para garantir o fluxo de todas essas mercadorias e pessoas com segurança. Tenho observado que o maior benefício que o novo modelo pode oferecer ao TRC são as obras de fato saírem do papel. Com pista dupla, iluminação e sinalização adequadas, nós reduzimos acidentes e ganhamos eficiência, atuando em menor tempo e reduzindo os custos a longo prazo.

Dentre os projetos destacados, o que devemos ressaltar são as duplicações e faixas sinalizadas. Precisamos levar em conta que o período de 30 anos é muito longo e a tecnologia dos veículos está mudando rapidamente, o que faz com que a pista necessite de uma estrutura básica de sinalização para garantir que os carros autônomos consigam trafegar de maneira segura.

Essa pode até parecer uma realidade distante, mas olhando para os próximos 30 anos, certamente você que está lendo este artigo, ou seu filho, estarão dentro de um carro que fará tudo sozinho, onde nós vamos apenas ser levados ao destino com segurança. Gosto de reforçar que precisamos pensar dessa forma, caso contrário, o Brasil ficará novamente para trás. 

As obras demandarão R$ 44 bilhões em investimentos, abarcando 3,3 mil quilômetros de rodovias no pacote, sendo 65% federais e 35% estradas estaduais, o que certamente, será um dos maiores investimentos do Brasil. Nós, paranaenses, temos um sentimento profundo de tristeza com relação à última concessão, pois no decorrer do contrato as obras não foram realizadas e fizeram politicagem conosco. Desta vez, esperamos uma concessão séria, que honre os compromissos e que de fato efetue as obras. Esperamos pagar uma tarifa justa e ter segurança para trafegar.

*Eduardo Ghelere é formado em administração pelo Centro Universitário FAG, coordenador do núcleo da COMJOVEM Cascavel e atua como diretor-executivo da Ghelere Transportes.
O iNFRADebate é o espaço de artigos da Agência iNFRA com opiniões de seus atores que não refletem necessariamente o pensamento da Agência iNFRA, sendo de total responsabilidade do autor as informações, juízos de valor e conceitos descritos no texto.

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