Hidrovia Paraguai-Paraná tem queda de 90% no número de embarcações, diz ANTAQ

 

Bernardo Gonzaga, da Agência iNFRA

A ANTAQ (Agência Nacional de Infraestrutura de Transportes) lançou nesta terça-feira (18), juntamente com a UFPR (Universidade Federal do Paraná) e o ITTI (Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura), um relatório executivo sobre a HPP (Hidrovia Paraguai-Paraná). O documento é baseado em estudos sobre a prática regulatória, vantagens competitivas da hidrovia, e oferta e demanda de cargas entre os países signatários do acordo desta hidrovia.

Durante o lançamento do material, o diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski, disse que o Brasil é carente em oferta de produtos para transporte na HPP. Segundo ele, o país só transporta minério de ferro e soja. Tokarski enfatizou que para gerar desenvolvimento regional, é preciso que chegue produtos da Argentina, Uruguai e Paraguai. “Temos que utilizar a hidrovia para desenvolvimento regional. Só vamos ter isso depois que tivermos outros produtos (para transportar)”, disse o diretor da agência reguladora.

Por conta disso, segundo ainda o diretor da ANTAQ, a Argentina vem fazendo críticas ao Brasil. “Eles estão certos. O que a hidrovia está gerando de emprego? Para isso, é preciso que chegue produtos que não sejam só o minério de ferro e a soja”, disse.

Tokarski também alertou para a necessidade de o Brasil melhorar sua capacidade competitiva. “Antes, registramos 400 embarcações pelo governo brasileiro. Hoje, temos 40 embarcações. O que que faz o Brasil para recompor uma determinada perda que teve?”, disse referindo-se a atuação do Brasil na hidrovia.

Segundo dados apresentados pelo estudo, o Brasil transporta anualmente na HPP 4,47 milhões de toneladas/ano, sendo 100% exportação e, desse montante, 98% minério de ferro. Diferentemente desse cenário, o Paraguai transporta 12,97 milhões de toneladas/ano, tendo como principais produtos de exportação a soja, resíduos de óleo de soja, milho e trigo. Além de petróleo e fertilizantes como produtos de importação.

Além disso, apesar do Brasil ter, ao todo, 11 portos e terminais na HPP, o que lhe dá a terceira maior quantidade, em 2015 a participação do país foi de apenas 5,4% do total movimentado na HPP. A Argentina representou 77,7% e o Paraguai 15,6%.

Menor custo
O modal aquaviário foi o menos oneroso entre os países signatários da HPP, segundo o estudo. No relatório apresentado, tanto em cargas contendo granel sólido agrícola, granel sólido, granéis líquidos e carga geral, o modal hidroviário foi o mais barato em relação ao ferroviário e ao rodoviário, sendo este o mais caro em relação a todas as cargas.

Propostas
O estudo apresentou também propostas para melhorar o transporte na HPP. Entre elas, destaca-se a simplificação das gestões de documentação física nos processos de importação e exportação. O objetivo é a elaboração de um regime aduaneiro comum na HPP, que evitaria excesso de controle para as cargas em trânsito por meio da racionalização das normas vigentes.

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